E lá vamos nós novamente assistir um filme dos X-Men, já depois de uma trilogia que foi mal finalizada segundo muita gente, mas que apresentou ótimos pontos fortes, como as batalhas, mas também muitas reviravoltas e decisões do estúdio que causou muita gente torcendo o nariz (trocar o foco do elenco e os X-men originais em First Class).
Lembrar que o filme era da nossa querida FOX, dava certo desânimo, deixava com o pé atrás antes de entrar no cinema, então já fui sem muitas expectativas.
Confesso que o que conheço mais de X-men veio da série animada dos anos 90 e poucas coisas que li em quadrinhos, mas conversas com amigos me fazem saber um basicão do cenário mutante.
Mas não é que esse tal de X-men Dias de um Futuro Esquecido amarra bem as pontas dessas duas franquias dentro da mesma franquia? Não se prenda ao que conhece dos quadrinhos, assim como na animação dos anos 90, Dias de um Futuro Esquecido foi uma adaptação da ideia geral do arco, o filme também adapta a ideia da viagem da consciência até o passado para resolver um problema antes de ele acontecer e gerar uma confusão muito grande para enfrentar.
Sim, as batalhas estão legais, bem elaboradas, vemos finalmente uma equipe de X-men que trabalha como uma equipe, temos inimigos caprichados, os Nimrods (os sentinelas do futuro humilham) versão futurística dos sentinelas no arco dos quadrinhos e da animação), um vilão carismático que faz entender seu ponto de vista, mas que faz com que odiemos ele também (quem é fã de Game of Thrones, já esperava que Peter Dinklage fosse foda em seu papel nesse filme), temos cenas que mostram bem alguns dos poderes mais legais que um mutante pode ter (todas as cenas com a participação da mutante Blink, o homem de gelo sendo HOMEM de GELO e a já tão comentada cena do Mercúrio que pode ser associada a clássica cena do Noturno em X2).
Mas como todo filme, existem coisas difíceis de engolir, como o tratamento de Charles Xavier para curar sua lesão na coluna, os poderes de Kitty Pride de enviar a consciência de alguém para o passado, nos quadrinhos Kitty é quem retorna ao passado, mas graças aos poderes de outra mutante. No filme juntaram tudo numa mutante que já conhecíamos e colocaram inexplicavelmente um poder novo nela, mas para quem já achava forçado em First Class, colocarem a Mística como uma mocinha, pra no final do filme se transformarem em os anti-heróis e e por fim retornar ao status de boa garota, nesse filme é mais algo pra não descer redondo pela goela.
Mas vamos pensar no público geral, o filme é um entretenimento e tanto, amarra bem os motivos pra cada decisão diferente do que os fãs mais antigos já conhecem, tem humor na dose certa, ação megalomaníaca do jeito que o público quer de um filme de uma equipe superpoderosa e até uma bela homenagem aos filmes antigos ao final, com um gostinho de nostalgia bem temperado.
Pontos fortes: As batalhas bem elaboradas monstrando uma equipe bem entrosada e os sentinelas do futuro sendo realmente uma ameaça e tanto, as desculpas bem amarradas para ligar a trilogia antiga com a nova geração da franquia, a atuação sempre caprichada do anão, atualmente mais famoso da mídia, mais uma cena clássica baseada num poder pra ser lembrada por muito tempo (mas ainda não justifica aquela caracterização horrível do mercúrio).
Pontos fracos: se você é um bom conhecedor da equipe desde os quadrinhos e animações, sempre vai achar que a adaptação está aquém do que merecia a “cura” dos poderes e da coluna do professor.
E existe uma cena pós créditos (no final mesmo, depois de tudo) que é interessante pra quem conhece bem o universo, mas do tipo que deixa o publico geral perdido assim como foi a cena do Thanos nos Vingadores.