E chegamos a A Arte do Shogi #03 por Davi Paiva, bora lá!
Olá, pessoal!
Obrigado por continuarem acompanhando a minha coluna aqui no Site Anime Xis.
Hoje vou apresentar a vocês a movimentação das peças.
Como devem ter notado pelo título, este artigo é a primeira parte de uma série de três porque fica mais fácil aprender a jogar se você classificar as movimentações em três segmentos:
- Movimentação;
- Promoção;
- Reposição.
Ficaram com curiosidade? Espero que sim.
Mas não se preocupem. Vamos ver uma etapa de cada vez.
Começando pelo básico: os conceitos de turno e captura do Shogi são da mesma forma que no Xadrez. Você tem que fazer uma ação (movimentação de peça no tabuleiro ou repor uma peça capturada. Maiores informações na parte 3 de 3) toda vez que seu oponente passar a vez. Não é permitido passar a vez sem ter feito nenhuma ação. Além disso, não é permitido “soprar” as peças que deixaram de capturar peças adversárias tal qual vemos muitas pessoas realizando em Damas. E uma peça que capture outra ocupa a casa que a capturada estava.
Não é muito difícil. Principalmente para quem tem familiaridade com o Xadrez. Certo?
E se você joga Xadrez (e aproveitando para falar de movimentações), devo dizer que você já tem noção de movimentação de pelo menos três peças: o Rei, a Torre e o Bispo.
O Rei se move exatamente como o Rei do Xadrez: em todas as direções, uma casa de cada vez. E da mesma forma que no Xadrez, um Rei não pode capturar peças que estejam protegidas por outras.
A Torre também é igual a do Xadrez: anda por verticais e horizontais no tabuleiro, sendo limitada apenas por peças aliadas ou inimigas.
E o Bispo também segue a mesma regra de seu primo distante no Xadrez: diagonais ilimitadas, exceto por peças aliadas ou inimigas.
Agora vamos falar de peças que se movem quase iguais ao que estamos acostumados no Xadrez: o Peão e o Cavalo.
Enquanto o Peão do Xadrez tem várias regras (pulo duplo quando não tocado, captura na diagonal dianteira próxima, tomada en passant, etc.), o Peão do Shogi é muito mais simples: sempre anda uma casa de cada vez e captura exatamente como se movimenta. E assim como a sua versão no Xadrez, ele não recua.
O Cavalo do Shogi também faz um “L” quando anda e pode pular peças aliadas ou inimigas. No entanto, seu movimento é apenas frontal e ele não pode recuar.
E por último, vamos falar das peças que vocês não estão acostumados porque não existem no Xadrez: a Lança, o General de Prata e o General de Ouro.
A Lança parece um Peão com mais alcance: anda uma coluna inteira, sendo limitado apenas por peças aliadas ou inimigas no meio do caminho.
E tal qual o Peão, a Lança não recua.
O General de Prata consegue andar para as três casas frontais e as duas diagonais traseiras. Ou seja, seus flancos e retaguardas são vulneráveis.
E por último, o General de Ouro faz um movimento que eu particularmente chamo de “escudo”, andando para as três casas frontais, as duas laterais e a retaguarda, formando o desenho de um escudo. O que faz com que suas diagonais traseiras sejam vulneráveis.
A movimentação do Shogi pode parecer estranha aos olhos ocidentais, mas é apenas uma questão de costume e associações com o Xadrez.
- Iguais ao Xadrez: Rei, Torre e Bispo;
- Quase iguais ao Xadrez: Peão e Cavalo;
- Não existem no Xadrez: Lança, General de Prata e General de Ouro;
- Não recuam: Peão, Cavalo e Lança;
- Se movimentam de formas parecidas (mas não idênticas): Peão e Lança, Rei e os Generais de Prata e Ouro.
E espero que tenham notado nas imagens que as peças estão com seus nomes completos enquanto a ilustração dos movimentos é das peças com o nome como se fosse uma abreviatura.
Indicando Shogi
No artigo deste mês, quero indicar o link de um trecho do anime “Sangatsu no Lion”, onde um coadjuvante ensina um grupo de amigas do protagonista a mover as peças e até adianta uma pauta que irei detalhar no próximo artigo: a Promoção.
Muito obrigado a todos(as) e até a próxima!
Davi Paiva nasceu em São Paulo, capital, em 1987. É graduado em Letras pela Universidade Cruzeiro do Sul. Participou de várias antologias de contos por diversas editoras, inclusive nas obras “Poderes”,“Monstros entre Nós”, “Guerreiros” e “Magos” pela Darda Editora, onde foi coautor e organizador, e é autor do livro “Cavaleiro Negro”, que também saiu pela mesma editora.
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